segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Liberdade ao meu Povo

Quando o sol a despassito vem chegando
Clareando as frestas do meu galpão
Chimarreio pachola num momento
Pensando nas muitas coisas deste meu rincão

Na historia desta grande pátria
Que tenho pra mim nação
Vejo as coxilhas lá no alto
Dos verdes campos a imensidão
Historias de guerras
Peleias e revolução

Quero falar da minha origem
Sangue negro com orgulho
No meu peito sinto o barulho
De povos indígenas assassinados
Que foram sendo excomungados
Da sua terra mãe nativa

Irmãos negros
Que sem querer chagavam
Foram sendo escravizados
Machucados... torturados
Pois pros brancos
Só pra isso prestavam

O grito de Sepé
É orgulho da minha raça
Que luta por suas graças
E pela terra que foi tomada

Sou índio, sou negro
Tenho honra se ser assim
Tenho cá pra mim
Esta herança gaúcha
Que trago atado nos tentos
Ao trote do vento
Vou levando a vida
Com a descendência ferida
Causada pela escravidão

O orgulho negro e indígena
Percorre nas minhas veias
E nas lutas verdadeiras
Sem guerra, sem peleias
Buscamos na ação... e na luta pelo pão
O grito do Sepé, que nos faz humanos de fé
Na luta pela justiça.